8 de ago. de 2008

Pequim (Beijing) 2008: A Beleza de Uma Máscara Sobre Uma Realidade Nem Tão Bela Assim.

Como não poderia ser diferente, escrevo neste momento sobre o evento esportivo mais aguardado dos últimos anos: as olimpíadas da China. Mesmo quem não se importa muito com tais festividades, este evento chamou a atenção de todos, independente de idade, sexo, cor, credo ou classe social. Finalmente os chineses conseguiram mostrar pro mundo quem eles são agora (ou quem tentam ser), com uma beleza estrondosa em cada movimento apresentado no Estádio Nacional de Pequim, também conhecido como Ninho de Pássaro.

Um evento esportivo, o mesmo que acontece a cada quatro anos, que já ocorreu em Atenas, Sidney, Barcelona e que, talvez, muito em breve o veremos no Rio de Janeiro. O mesmo? De forma alguma. As olimpíadas, desta vez, não são apenas voltadas para o esporte. Desta vez serve como janela, para que todos nós possamos observar o que a China tornou-se nos últimos anos: de país atrasado no século XX, para uma superpotência no século XXI. Mas algo não está suficientemente claro, e é este ponto que quero discutir: os chineses querem chamar atenção por sua tremenda evolução, mas certos valores eles não largam e creio que nunca o farão. E isto fica cada vez mais explícito.

Os resquícios de uma forte ditadura comunista ainda permanecem. A mídia é extremamente censurada, provocando uma grande contradição no mundo, já que queremos conhece-los, mas não o podemos fazer com riqueza de detalhes. Estão nos manipulando, sem dúvida. Não quero ser apelativo, mas é isso que está acontecendo. Querem nos passar o que eles possuem de melhor, mas escondem-se por trás dessa máscara chamada de Olimpíadas.

Chamo a atenção agora para um aspecto fundamental para notarmos como realmente eles evoluíram e quebraram fortes barreiras: na ditadura de Mao Tse-Tung, o culto a beleza era proibido. Não poderiam existir flores, cores diversas. E isso era realmente vigiado para que não ocorresse. Hoje a China mostrou que vive num mar de rosas e em um grande arco-íris. Doce ilusão.

Na concepção do chinês atual, jamais houve em sua história um momento tão bom. Do ponto de vista deles, o fato de promoverem esta olimpíada é a maior vitória e um start em seu novo capítulo histórico: A Grande Potência do Século. Tecnologia, alegria, união, recepção, ansiedade, amizade, amor, evolução... Aspectos que observamos com muita notabilidade em uma abertura olímpica de nos deixar de queixos caídos. Descaso, censura, perseguição, guerras, mortes... Aspectos que se tornam secundários atrás de um fenômeno esportivo de proporções gigantescas. A China não é somente a grande potência emergente do século. É também a causadora do maior genocídio do mesmo. O local? Darfur, capital do Sudão. O governo chinês explora seu território, retira a matéria prima, petróleo e gás. Em troca, dão armas e financiam uma guerra sem precedentes, com um número cada vez mais crescente de mortes (estima-se que mais de 300 mil mortos). Um crime, sem sombra de dúvidas, que não é novidade. Todos os países sabem disso. E por que nada ocorre? Simples: a China é detentora de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, podendo vetar qualquer intervenção militar na região e escapando de punições.

Não obstante, a situação do Tibet continua indefinida. Se não fosse o grande sistema de segurança e antimanifestos promovido pela polícia chinesa, seria muito fácil observar cartazes em toda a capital chinesa com os dizeres “FREE TIBET”. Ah, lembram-se de um terremoto violento que ocorreu no país? Incrível como ninguém mais se lembra, pelo menos não os chineses pró-olimpíadas. Nada, mas absolutamente nada poderá atrapalhar este fenômeno esportivo e político. Pelo menos é o que se espera no início destas Olimpíadas.

Tenho certeza que muito acontecerá. Este evento é apenas o início. Por ora, abram alas que os chineses querem passar.

4 de ago. de 2008

Brasil: Um País de Todos?

" O meu pai era paulista. Meu avô, pernambucano. O meu bisavô, mineiro. Meu tataravô, baiano. Meu maestro soberano foi Antônio Brasileiro ". Assim canta Chico Buarque na música "Paratodos". Mas afinal, com tantas diferenças, o que nos torna iguais? O que nos torna diferentes? Em que parecemos? O que e quem somos?

Resolvi escrever acerca deste tema após ter uma breve conversa com uma amiga carioca, esta que o tempo todo rasgava elogios sobre sua "Cidade Maravilhosa" e eu, em contrapartida, defendia e criticava minha cidade, na Grande São Paulo e a própria capital paulista. Observei, principalmente, um excesso de prepotência em todas as colocações que esta minha amiga realizava e, ao mesmo tempo, percebi o quanto não é somente ela que é assim. Normalmente os moradores das capitais do Brasil e demais cidades costumam agir desta maneira, amando a cidade onde vivem e falando mal das demais capitais e seus arredores. Creio não ser um preconceito existente apenas em nosso país. É, talvez, algo que existe e que jamais se extinguirá.

Aquele homem que atravessa a rua pode muito bem dizer que seu pai é paulista, sua mãe mineira e seu avô pernambucano. Aquela senhora pode dizer que é filha de pais cariocas, vindos de uma família exclusivamente do Rio de Janeiro. O jovem alí fazendo compras pode querer vangloriar-se de ter uma genuína ascendência européia e carregar no sobrenome o que restou dela. Enfim, o Brasil é formado por diferentes pessoas, diferentes localidades, diferentes costumes... Tudo é diferente. E talvez por não conseguir conviver com tantas diferenças, o brasileiro acostumou-se a não se tornar algo novo, e resolveu gerar barreiras para segregar ainda mais este país. Historicamente houveram várias tentativas de emancipações regionais (ideologias estas que ainda existem, por mais que não sejam tão expressivas). Há quem diga, inclusive, que o país seria melhor se não fosse tão grande. Não discuto isso. Existe sim uma verdade nesta afirmação, mas como é algo que, nos dias de hoje, não é cabível de se colocar em prática, temos que analisar nossa situação como um todo.

Enfrentamos diariamente problemas, estes que são decorrentes de uma economia que historicamente sempre viveu altos e baixos. Também lutamos contra falhas do sistema político, resquício de ideologias sempre tão diferentes e inovadoras, que acabam sendo sempre farinha do mesmo saco. Mas vivemos.

Caminhamos a passos curtos. Porém enfrentamos algo que nunca pensamos: quem somos nós? Qual é a identidade deste país? O que é ser, afinal, brasileiro?

Queremos o tempo todo estar no topo. Queremos ser que nem os europeus. Não, europeus não porque fomos colonizados pelos portugueses e este foi nosso maior problema. Sejamos então como os americanos! Que? Não não, ser que nem os americanos não, eles são maus, Bush é um terrorista, estes sim são os prepotentes. Enfim, sejamos então como os chineses! E viver em um país não-democrático, que censura a mídia?

Queremos ser quem então? O tempo todo tentamos imitar tendências, mas nunca criamos a nossa. Ah não, criamos sim! Temos o melhor futebol do mundo, as mulheres mais bonitas, o carnaval, o jeitinho brasileiro e o Cristo Redentor!

Que é isso? Isso nos faz melhores do que os outros? Pelé é melhor que Maradona! E isso gera a mais estúpida rivalidade, entre brasileiros e argentinos. Nações que deveriam ser irmãs e que em toda casa brasileira existe um ser que diz que argentino é raça inferior e todo o velho bla bla bla que já conhecemos.

No Rio de Janeiro tem muita violência. Tem sim senhor. Mas tem no país inteiro? Tem sim senhor. Os brasileiros costumam apontar os erros dos vizinhos, mas dificilmente param e olham para si mesmo.

Estamos bem longe de sermos um país de ótimo IDH e alto nível econômico. Realmente caminhamos a passos curtos e, para piorar, persistimos em falar mal de tudo: do país, dos outros países, dos moradores dos outros estados, dos adversários do futebol, etc. O Brasil quer ser alguém, mas primeiro precisa ser. O que é ser brasileiro, antes de ser paulista, carioca, gaúcho, baiano, goiano? O Brasil precisa ser apenas um Pão de Açúcar, um jogador de futebol, uma mulher que dança funk, uma escola de samba? Podemos ser muito mais que isso, e espero viver para ver que um dia estes itens tornaram-se nossos adicionais, e não nossa identidade.

Ah, que fim levou a conversa com minha amiga carioca? Depois de tantas críticas um ao outro, resolvi concluir, dizendo que para ser uma verdadeira internacionalista (e para, principalmente, ser um cidadão brasileiro) é necessário primeiro odiar o Brasil, para depois aprender a amá-lo.

E eu realmente acredito nisto.

18 de jul. de 2008

Aquilo que fazemos para nos tornarmos quem realmente somos...

Vivemos a todos os instantes momentos de escolha. Momentos os quais às vezes refletimos para realizarmos a melhor escolha, ou simplesmente não ligamos muito e escolhemos o mais fácil (a tão famosa "lei do mínimo esforço"). Neste dinamismo global em que vivemos, muito do que poderiamos analisar com mais frieza é feito de "bate-pronto" e muitas vezes a vida passa pelos nossos olhos e nem sequer percebemos.

Infelizmente as coisas são assim. E não estou reclamando. É a forma que nos adaptamos a viver, caso contrário não iriamos conseguir progredir. Mas já pararam para pensar o quanto todas as nossas escolhas passadas influenciaram no que somos hoje?

Sofrer faz parte da vida, exatamente porque é um grande aprendizado. Não quero chamar atenção a este tamanho clichê, mas quero enfatizar que isto realmente é válido. Cada um de nós sabe exatamente a dor que já sentiu em algum momento da vida, ou saberá o que é dor quando sentí-la. Muitas vezes nos apaixonamos perdidamente e achamos que aquela pessoa É a pessoa certa, o amor eterno. Tropeçamos, caímos, sofremos. Demora, mas um dia percebemos o quanto o amor pode cegar e aprendemos a não ser tão desta maneira da próxima vez que um amor bater a nossa porta.

Muitas vezes cometemos erros com nossos semelhantes, dos quais em um primeiro momento não percebemos. Muitas vezes, pela felicidade própria, sacrificamos a dos outros sem querer. Mas o mais importante é que um dia a ficha cai e percebemos o quanto erramos. Ou muitas vezes o quanto acertamos!

Percebem como existe uma forte contradição? Ser feliz ou fazer alguém feliz? Correr atrás de algum bem maior ou desistir pelo bem de outrém?

Como diria Shakespeare, muitas vezes desistimos da felicidade pelo simples medo de tentar. E tantas vezes que falamos mais do que fazemos. E tantas vezes que fazemos muito e pensamos pouco.

O passado. O presente. O futuro. E agora?

O agora é nunca, e como tal, viva.


(Dedico este post a uma pessoa que amo do fundo do coração e que faz tanta falta. Irmão Querido, espero que jamais se esqueça do teu abrigo e de quem o habita. Esperamos e torcemos por ti. E saiba que aqui há sempre o seu lugar, mesmo sendo do jeito que é. Mas tem saúde, e é isso que importa! Forte abraço!)

4 de jul. de 2008

O Dia Em Que Deixamos de Viver...

Três de Julho de Dois Mil e Oito. Já não tenho forças pra muita coisa. Tento abrir portas, puxar gavetas. Nada. Minhas energias estão indo embora. Tenho raiva. Debruço no meu canto, deito em minha cama a espera de uma única esperança. Inquieto, folheio uma revista sem um pingo de atenção ao que leio. Novamente volto a minha posição original. Cruzo os dedos, faço uma oração. Nada. Raios! Será que fiz algo de errado? Volto a ter esperanças. Penso ter seguido um caminho incorreto, talvez uma informação mal colocada. Refaço todos os meus passos, até mesmo do início. Agora vai? Não, não vai. Droga, acho que vou dormir. Ou melhor, vou ver tv. Impossível. A agonia já tomou conta de mim. Que angústia! Depressivo, o sol da manhã havia sido substituído por nuvens escuras. Está frio. No rádio só toca Brian Adams, Aerosmith, White Snake... A garganta arranha pedindo uma gota de álcool para acompanhar o momento. Quero estar só, não quero falar com ninguém. Quem sabe se eu deitar uns instantes minhas forças voltam.


5 minutos? Nada.


10 minutos? Nada.


5 horas? Nada ainda.


Será o fim? Ontem mesmo eu já dava sinais de que não iria suportar, sabia que algo estava errado. Mas hoje, o dia inteiro... Não, já é demais. Talvez um telefonema! Sim, é isso!


Alô? Como? Já sou o relator de problemas n° 5 milhões, novecentos e cinco mil e um? Não é possível. O problema que era só meu agora é de todos. Como? Não... Mas é que... Hum, está certo! Tudo bem, obrigado.


Tomo um banho para relaxar. Agora acredito que tive sorte, esse banho certamente vai me ajudar. E então? Nada.


Afinal, quanto ainda poderei aguardar?


Afinal, há vida durante uma falha no sistema de um grande provedor de internet?


Quem aí morreu nesse dia?

13 de jun. de 2008

Quando não sabemos em qual dia estamos (ou a qual pertencemos)...

Dia 12 de Junho. Engraçado como eu resolvi postar apenas no dia 13. Sexta-feira 13, dia de reflexões, dia da família, dia de paz, amor, harmonia... Sim, caro leitor, você não leu errado. É estranho, eu sei, mas quer dizer então que quando passa o Dia dos Namorados você se esquece que ama a pessoa amada no dia 13 seguinte e nos próximos dias?

Já presenteou sua (seu) namorada(o)? Não? Pois esqueça as preocupações, você pode presentear outro dia. Natal, por exemplo. Ninguém nasceu nesse dia, logo é uma perfeita oportunidade para comprar uma lembrança para seus entes queridos. As lojas estão sempre lotadas, oferecendo produtos a preços módicos, com 55 suaves prestações, sem juros, o que é melhor ainda! Com certeza você poderá comprar aquele celular que ela estava de olho, ou aquele aparelho de dvd multifuncional que ele desejava. Caso nenhuma das opções agrade, ainda restam as flores e os cartões perfumados, mas isso fica pra depois. Fazer o próprio presente nem pensar! Artesanato, escrever, pintar... Nossa, pensar nisso já provoca certos arrepios.

É realmente bom ganhar presentes nos dias felizes da vida. É exatamente como segue o diálogo:

- Puxa, obrigado filhão, era exatamente o relógio que eu queria!

- De nada pai. Parabéns pelo seu dia.

Seu dia? Vamos fazer o seguinte no Dia dos Pais: escolha 364 dias do ano pra você, filho, e para seu pai escolha um só. Ele fará o mesmo, afinal Dia das Crianças é apenas um, o que naturalmente não deveria existir já que Nossa Senhora Aparecida jamais fora exclusivamente padroeira dos indivíduos com menos de doze anos de idade.

Quantos de nós dizemos “eu te amo, pai”, “eu te amo, mãe”, “eu te amo, irmã (o)”, “meu amor, eu te amo!” ? Tudo bem, ainda restam todos os outros dias do ano. Mas por que deixar de demonstrar o que sentimos nestas datas tão especiais? Ah não, esqueci! O perfume que ganhei já vem escrito no verso da embalagem

Ingredients: Alcohol denat., Aqua (Water), Parfum (Fragrance), Linalool, Limonene, C.I. 42090 (Blue 1), TE AMO MUITO MEU AMOR, Geraniol, Carboxaldehyde...

O que quero dizer com tudo isso? Simples: o presente material é maravilhoso, mas melhor ainda é quando ele é acompanhado de um presente sentimental e carinhoso. Vamos deixar de ser materialistas algumas vezes. Sei que a vida que levamos hoje não permite que tenhamos atitudes imateriais, mas jamais devemos esquecer o que carregam todos esses presentes: o carinho, o amor, a amizade.

Os últimos românticos ainda existem. Caprichem, então, na maneira de presentear a quem se ama. Mas não faça isso apenas no dia 12 de Junho. Todo dia é o dia do amor, dia dos namorados, dia dos pais, das mães, etc.

E se você, caro(a) leitor(a), não possuir namorada (o), amizades coloridas, companhias e afins nos mais infinitos Dias destinados ao amor, não se sinta mal. Quem disse que 12 de Junho é dia deles, e não de vocês? Vá ver um filme, vá ler um livro, destine esse dia para cozinhar, limpar o guarda-roupas, jogar video-game, sair com os amigos... O dia é seu também, quero ver quem vai te proibir! Músicas que falam de romance estão aí todos os dias, filmes românticos estão presentes em nossas vidas há muito tempo, não há porque descontar a raiva nestes itens tão simples. E se um carro de Loucuras de Amor parar na porta do seu vizinho, aplauda quando tiver que aplaudir, se omita quando tiver que se omitir mas, mais do que isso, dê risada porque você não foi vítima de tamanha crueldade!

Como já diria nosso amigo Gandhi: "Um covarde é incapaz de demonstrar amor; Isso é privilégio dos corajosos" ... E ele disse isso há um tempo, infelizmente este mesmo tempo enfraqueceu sua frase. Mas o significado está aí, podendo ser interpretado das mais variadas formas.

Apenas não vá pular de bungee jump ou paraquédas, a menos que você seja um perito na área.

Para os mais tradicionais, um "eu te amo" já está de bom tamanho!

E fiquem calmos: se Jason aparecer no dia de hoje com flores à sua porta, fique feliz! Pode ser um amor perdido, ou apenas um doido varrido.

6 de jun. de 2008

Quando nos tornamos coadjuvantes de nós mesmos...

A vida é assim. Ela passa pelos nossos olhos de tal forma que nem percebemos. Ela é dura, ela é sofrida. Mas ela é vivida, o que a torna intensa e passível de valer a pena viver. Tantos que vivem de forma precária, tantos que dificilmente possuem o que comer. Mas são estes tantos que lutam a cada dia. Estes sim devem viver de verdade. Afinal, quem de nós sabe o que significa viver?

Acordo cedo. O sol nem nasceu e eu já estou pronto para sair de casa. Tomo meu café diário e vejo na televisão as notícias que estarão estampadas em todas as capas de jornais. Vejo na televisão cenas alegres e tristes, em uma manhã igual aquela de ontem e anteontem. Pego meu transporte de todos os dias e atravesso a cidade em busca de meus objetivos. Vejo pintadas de cinza-concreto as imagens da cidade umas vezes mais movimentada, outras vezes mais caótica, mas sempre igual. Todo dia eu faço tudo sempre igual, não é somente ela que acorda na canção e o faz também. Não somos únicos, todos nós acordamos e seguimos a nossa rotina, que nos faz ser quem somos. Entretanto não creio que todos sabem a dor e a delícia de ser o que é, afinal nem todos sabem o quanto pode valer a pena lutar pela vida e faze-la valer a pena. Nem todos sabem o valor da vida. Que desperdício!

O que faz você feliz? Seja o pão com manteiga, seja a alegria de um bom dia. Quantos de nós já paramos pra pensar nesta simples pergunta? Muitas vezes seguimos uma rotina tão intensa que esquecemos de nós mesmos. O mundo em que vivemos não permite que tenhamos uma tal liberdade de viver, afinal vivemos sempre seguindo a canção. Caminhamos e cantamos conforme a música. Trabalhamos, estudamos e damos o máximo de nós mesmos para conseguir uma boa vida ou atingir este objetivo. Chegamos em casa exaustos e o que mais queremos é um banho quente, um jantar e uma cama confortável. Acordamos na manhã seguinte e vemos as notícias que serão publicadas com a mesma atenção dos dias anteriores. Mas quantos de nós realmente nos envolvemos com isso? Afinal, quantos de nós elegemos aquele governante que, de fato, atende nossas necessidades? É hora de esquecer a vontade coletiva. Somos únicos, somos especiais, somos quem somos porque assim nascemos e assim devemos viver.

A vida é assim. Lutamos cada vez mais para que ela melhore. Fácil não é. Mas lutamos. A vida é valiosa demais para deixarmos que ela passe pelos nossos olhos. O ator principal dessa vida sou eu, não quero ser coadjuvante e passar quase que desapercebido. Quero fazer acontecer. E não quero que essa vontade se encerre em mim. Quero que as próximas gerações também o façam, que vivam da melhor maneira possível. Justamente, honrosamente, alegremente e, principalmente, com muito esforço e coragem. Coragem de escolher, coragem de lutar, coragem de reclamar.

Apenas não quero dizer futuramente que no meu tempo as coisas eram diferentes. No meu tempo não existe... Meu tempo é agora. Prazer vida, é hora de viver.

13 de mai. de 2008

Quando um ato se faz mais forte

"Um pensamento ecoa pelo mundo através dos tempos. Uma atitude ecoa pelos vales em algumas horas", já dizia um filósofo à sua comunidade. De fato ele tinha seus motivos ao dizer isto, mas uma coisa é certa: ele fez os seus ouvintes compreenderem. Seu ato ecoou na mente das pessoas, e assim nasceu a solidariedade.

Escrever em uma folha de papel é simples para quem possui o dom da escrita. Um rei, um presidente, um advogado, um vizinho, nossos familiares... Todos estes (e uma porção de outros) podem registrar suas idéias e vontades, mas nem todos são capazes de realizar as mesmas. Pensadores existem aos montes, mas os ativistas são poucos. Uma pena, já que estes são verdadeiros guerreiros. Quem está sentindo fome ou frio nos dias de hoje não carece de idéias, mas sim de ajuda, esta que falta e se faz necessária para termos um mundo um pouco mais justo.

Justiça seja feita aos ativistas. A verdadeira política do "fala pouco, mas faz muito" se faz presente, e vamos torcer para que aumente este número de pessoas capazes de ser solidárias e realizar algo por seu semelhante. Não, não vamos torcer. Vamos fazer alguma coisa, e aí quem sabe registraremos os nossos feitos, ao invés de simples pensamentos.