9 de out. de 2009

O Maior Prêmio de Barack Obama

Todos os anos o Prêmio Nobel da Paz é entregue aos indivíduos que mais se destacaram no mundo por suas atuações voltadas para o bem social, para a promoção da paz e resolução de conflitos. Importantes ativistas da história da humanidade foram premiados, como Martin Luther King Jr., Madre Teresa de Calcutá, Dalai Lama e Nelson Mandela. Outros importantes agentes foram premiados, a exemplo de Linus Pauling (aquele mesmo das aulas de química), Henry Kissinger, Óscar Arias, Mikhail Gorbachev, Shimon Peres, José Ramos-Horta, Al Gore, entre outros. Houveram, ainda, premiações para entidades inteiras, como os vários prêmios recebidos pela Cruz Vermelha, Organização das Nações Unidas, Anistia Internacional etc.

Hoje o mundo conheceu o ganhador do prêmio neste ano de 2009. Barack Obama entra para a galeria dos presidentes norte-americanos já premiados, composta por Theodore Roosevelt, Thomas Woodrow Wilson e Jimmy Carter. Nas entrevistas, o atual líder dos Estados Unidos se mostrou surpreso e bastante feliz. Mas não foi só ele que se sentiu assim. O mundo foi surpreendido por tal nomeação, dividindo opiniões e gerando críticas.

O premiado foi aplaudido pelo mundo e pelos cidadãos de seu país, enchendo a todos de orgulho e admiração. Contudo, as críticas se voltam para sua tão precoce vitória, visto que Obama ainda não teve tempo para agir de maneira contundente nas questões centrais conflituosas que seu país está envolvido, e outras da ordem do Direito Internacional, como a solução aos problemas de Cuba e aos prisioneiros de Guantánamo.

Há, ainda, boa parcela da população que foi responsável pela queda de popularidade e aprovação do presidente no comando norte-americano. Problemas no sistema de saúde, emprego e economia, tornaram-se questões centrais das práticas internas do atual governo, práticas estas ainda sem grande efetividade. Entretanto, ao apurarmos a política externa dos Estados Unidos e ao compararmos esta com as anteriores, podemos perceber, claramente, grandes diferenças de atuação, opinião e análise.

Obama não teve tempo para realizar as transformações que planejou em todo o seu programa de governo. É um fato óbvio, afinal os Estados Unidos, além de terem uma grande bomba interna para resolver (agravada com a crise financeira), estão envolvidos em questões muito complicadas externamente. Mais do que isso, os EUA sempre chamaram, e chamarão, atenção do mundo, visto que muitas decisões dependem destes para serem realizadas.

E por tantas decisões importantes necessitarem de um aval norte-americano, Obama merece sim a premiação. Não por ser o Prêmio Nobel da Paz - ou por ter atuação melhor que os outros indicados, mas sim porque já mostrou ao mundo que quer ser diferente. Que é diferente. Mal entrou no poder e já colocou em prática seu plano de resolver a questão dos presos em Guantánamo, inserir Cuba, novamente, em sua pauta de negociações, alterar o plano de atuação no Iraque e dar maior atenção às situações no Afeganistão.

O maior prêmio de Barack Obama não foi o Nobel. Seu prêmio maior foi ganhar o chamado do mundo. É a oportunidade que os Estados Unidos têm de fazer diferente, de promover aquilo que todos esperam de uma nação hegemônica, que tem muitos recursos para promover tantas coisas importantes para a humanidade. E que assim prossiga.


Escrito por: Denis Araujo

Um comentário:

Brancatelli disse...

O problema é que as pessoas sempre querem mudanças imediatas, e não entendem que é humanamente impossível mudar o mundo a curto prazo.
Toda a pressão e empolgação do planeta caiu sobre os ombros de um homem sem que ninguém se tocasse que ele é apenas isso: um homem!
Não um milagreiro, ou um super-herói.
Um homem.

Bom, acabei de ler um artigo sobre o Jerome Corsi dizendo que o Bush tinha mais motivos para ganhar o Nobem da Paz que o Obama.
Acho que nem vale a pena argumentar.
O cara se afunda no próprio ponto de vista...

Bjo nas crianças...