26 de jan. de 2009

Um Salve para os Estados, Porém Salve-se Quem Puder!

Eu tenho a força!”, disse He-Man em centenas de episódios de sua série, frase esta famosa em todo o mundo. Contudo, estas mesmas palavras foram e estão sendo pronunciadas pelos líderes de vários governos desde que a recente crise econômica se instalou, provocando problemas em todo o globo.

Nota-se o cunho imperativo, imponente e salvador destas palavras de força. Entretanto, os governos falharam ao reagirem tão tardiamente perante esta grave situação financeira. Sim, tenho certeza de que as ações do Estado para conter tantos problemas na economia estão dando certo de maneira gradativa (bastante gradativa, na verdade, visto que esta crise não tem data de validade definida). Porém chamo a atenção para um detalhe curioso: se os poderosos Estados possuem tanta força, por que não agiram anteriormente, de maneira à bloquear o início de tantas dificuldades econômicas já previstas?

A revista Época NEGÓCIOS de janeiro (2009) trouxe uma matéria bastante clara sobre esta problemática (“O Estado Pop”, p. 31), que demonstra, de maneira objetiva, a falha dos governos. É um tanto contraditório confiar ao Estado a salvação da economia, visto que este foi um dos principais agentes causadores desta crise. Um exemplo disto foi o fato constatado pelo diplomata Paulo Roberto de Almeida: “De 2001 a 2004, o FED (Banco Central norte-americano) manteve a taxa básica de juros – que serve de parâmetro para o crédito – nos menores patamares já registrados, incentivando gastos irreais. O juro de referência no mercado historicamente fica em torno de 6%, mas o FED o manteve abaixo de 2% durante três anos. Com uma taxa dessas, o governo – e não o mercado – induziu as pessoas a consumir o que quisessem. Nada mais irracional!” (p. 32-33).

Este é apenas um exemplo dentre tantas outras situações promovidas pelos Estados ao redor do mundo. Mas é evidente que são estes mesmos Estados que salvarão a economia global e as próprias economias nacionais. Somente estes tem o poder para criar e aprovar medidas emergenciais e ponderadas para resgatar tantos agentes privados “devastados” por esta forte crise, além de amenizar a situação da população atolada em dívidas.

Mas e o Brasil? Recentemente afirmou-se que os investimentos estrangeiros por aqui permanecem favoráveis, mesmo com esta crise. Além disso, o país permanece no topo do ranking dos melhores países que possuem uma situação satisfatória para o enfrentamento da mesma Por mais que a previsão de crescimento em 2009 seja baixa, ela existe, provando que a recessão encontra-se bem longe daqui. Soma-se à isto a evidente confiança de governos sul-americanos (Argentina e Bolívia, por exemplo) no Brasil para superar esta crise.

O ano seguirá com o fantasma financeiro rondando por aqui. Acredito que devamos confiar em nosso governo. Por mais que tenhamos uma grande redução de empregos na indústria, o Estado brasileiro tem agido de forma correta: discreta e ativamente, atento às variações globais. A dúvida são as eleições presidenciais de 2010. Poderá a situação permanecer no poder, continuando as ações de Lula, ou a oposição será eleita mesmo tendo participado ativamente da grande onda neoliberalista de privatizações na década de 90? A evolução das ações já começou, resta saber se a revolução da ideologia segue o rumo correto. Estamos acompanhando... Esperançosos.


Escrito por: Denis Araujo

2 comentários:

Anônimo disse...

Juro que depois de ler um texto desses não consigo digitar um comentário à altura! =P

Bem, de politica eu não entendo muito, aliás, quase nada. Então prefiro também não ficar tecendo comentários a respeito de coisas que vão além do meu conhecimento...
Mas se que para superar essa crise que vem, por que ela ainda não chegou de fato aqui, temos que acima de tudo nos manter pensando positivo. Temos que acima de qualquer coisa manter nossa característica de povo brasileiro, não podemos desistir de crecer. Temos que ter em mente que a sutuação de fato não está facil, e ainda vai complicar muito mais, mas mesmo assim podemos superar. 2009 pode sim ser o ano do Brasil! Como sempre cabe a nós fazer a diferença ;)

;*

Unknown disse...

Textos como este enaltecem ainda mais a seriedade e a necessidade de discutirmos temas, que além de atuais representam o nosso próprio futuro.Não são as grandes empresas que perdem no final e sim as pessoas,os operarios.Estes necessitam do mínimo para manter seus filhos, suas familias com o pão de cada dia. As mesmas grandes empresas - portadoras do grande ideal capitalista ou orgão principal que movimenta o mundo não está interagindo com os habitantes desta e ao trata-los como individuos ou até mesmo vitimas, nos esquecemos da sua factual culpa. Para a crise nós não podemos desejar ou sonhar com o seu fim, mas podemos no mínimo exigir que esses grandes pacotes sirvam para a população do mundo, pois esta, sobretudo a parcela mais pobre é a que sofre.