10 de ago. de 2009

Bem-Vindo?

Ano da França no Brasil. Confesso que, como muitos brasileiros, não procurei saber o porquê deste ano ser considerado assim, porém resolvi aproveitar um dos diversos eventos culturais que estão sendo promovidos, ou seja, o melhor deles: o cinema.


Não sou um grande fã dos filmes franceses. Uma fotografia quase sempre fria, movimentos demorados, falas longas, que fazem com que o filme ganhe um ritmo bem lento. Sem dúvidas isto acontece com o filme “Bem-Vindo”, porém de maneira menos explícita. Na realidade, o que chama a atenção no filme são os detalhes da travessia de imigrantes clandestinos pela Europa, uma realidade que vai além das telas.


A União Européia cria leis cada vez mais duras, para evitar que imigrantes ilegais cheguem ao continente. O alvo destes sempre são os países mais desenvolvidos, como Inglaterra, França, Alemanha e Espanha. A maior parte destes viajantes é de origem africana e, principalmente, do Oriente Médio. A grande reclamação dos residentes legais destes países é que os imigrantes ocupam parcela significativa dos empregos dos países, fazendo com que muitos nativos fiquem sem emprego ou tenham que disputar emprego com os viajantes. E a justificativa principal dos ilegais é que precisam arrumar um trabalho melhor remunerado para enviar dinheiro às suas famílias, além do bem-estar social que podem alcançar.


Recomendo o filme, principalmente pelos detalhes dos problemas dos imigrantes. Viajam escondidos em caminhões, passam frio, fome, e muitos deles morrem na travessia. E um deles, no desejo de encontrar sua amada na Inglaterra, resolve treinar para atravessar o Canal da Mancha a nado visto que, se para entrar na França ele quase perde a vida, imagina o que aconteceria para chegar em Londres? Talvez nadar não seja a melhor alternativa, mesmo. Provavelmente ele poderia desistir e ficar em um lugar melhor. Mas como não poderia de ser, o filme precisou de um tempero maior para fugir da lentidão dos filmes franceses.


Somam-se a isso as diferenças culturais e o preconceito no continente europeu. O governo, sempre rígido, recomenda que os estabelecimentos fiquem atentos aos “diferentes”. E qualquer indivíduo europeu que ajudar algum imigrante ilegal será punido com a lei européia. Ou seja, jamais ajude seu semelhante na Europa, ou será julgado como qualquer outro criminoso.


Escrito por: Denis Araujo

2 comentários:

Francimare Araújo disse...

Nunca assisti filmes franceses, e quando você fala em lentidão... Mas esse tem um enredo "bom", digo, para um conhecimento maior. Penso eu!

Lu Guimarães disse...

Vc viu O Fabuloso Destino de Amélie Poulain? Não é lento, pede uma degustação diferente... "Bem-vindo" vou anotar como dica...