24 de jul. de 2009

A Sociedade Brasileira e a Embriagues Político-Ideológica

A nova catástrofe que ecoa sobre a democracia, baseada esta em um conceito de total participação do povo, teve suas estruturas abaladas mais uma vez com a nova onda de denúncias e irregularidades vinculadas, desta vez, ao senado federal. Porém, muitos de nós, a massa da população brasileira, já se acostumou com tal tipo de notícia. Após o escândalo do mensalão eis que surgiu uma nova era na política brasileira; uma eclosão de CPIs, comissões, com a finalidade de se resolver o maior problema da política na atualidade, ou seja, a impunidade, esta que não decorre apenas de cassação ou suspensão de mandatos, mas sim que deveria ser, talvez, algo mais rígido, tendo em vista que alguns países adotam o extremo ao mandar para a “guilhotina” os políticos que assim se desvirtuaram.

Mas o que deveria ser uma solução acaba por vezes sendo mais uma ferramenta no campo do marketing político, ou seja, alguns vêem nesta uma oportunidade de assim se livrarem dos seus inimigos políticos ou simplesmente mostrarem serviço aos olhos do povo.

Embriagados pelos discursos, a população vê mais um motivo para desacreditar neste sistema democrático, sendo as eleições senão a escolha do menos pior e não daquele que realmente irá fazer a diferença, neste sistema enfraquecido pela própria falta de informação, independente de qualquer classe social ou visão política.

Partindo do pressuposto que não há um indivíduo responsável, mas sim um sistema, isso nos recorre a olhar os partidos políticos que habitam nossos senados, nossas câmaras e nossas prefeituras; se analisarmos as atividades dessas instituições, perceberemos o uso excessivo da ideologia política. Não que isso possa ser ruim ou bom, mas para entendermos os fatos é preciso ressaltar o que realmente importa - muitas das discussões no senado decorrente de um projeto de lei existe simplesmente pelo embate que há decorrente de uma visão ideológica diferente entre partidos não coligados. E cada um possui a motivação de defender os princípios gerais dos seus partidos, logo as consequências não poderiam ser diferentes, os escândalos, a luta pelo poder e, com ela, a corrupção, é o resultado de que os fins justificam os meios. Sendo assim, o partido acaba virando uma “criatura” com sentimentos e desejos, que cabe aos nossos políticos escutá-los ou não.

Fato é que aqueles que ousam não escutar acabam sendo pressionados pelo próprio sistema e, cedo ou tarde, acabam tomando uma posição. A sugestão deste texto não é incitar o leitor a fazer uma revolução, mas instigá-los a pensar nesses escândalos como fator proeminente de um sistema, e não das pessoas que ali estão sendo acusadas (isso ficaria a cargo da lei do nosso país em fazê-lo).

A sociedade, assim, espera ansiosamente por uma solução; deve ele, José Sarney pedir apenas um afastamento ou deixar sua poltrona de vez? Cada partido já expressou sua opinião, esses mesmos que fazem questão de dividir em: oposição e governo, gerando assim uma “guerra fria” sem previsão para o fim. Os mesmos que em discursos se dizem tanto em pról da democracia acabam, mesmo que inocentemente, criando um sistema, em que a maioria prepondera a minoria, criando um estado de demagogia desnecessária. A grande questão que vos deixo é: será que o Brasil, em plena “expansão” econômica, conseguirá por sua vez conciliar também uma expansão política, no sentido de evoluir o seu próprio conceito? Ou repetiremos nossa história de sermos apenas colônias, nos aproveitando apenas do nosso tamanho, enquanto os outros se aproveitam de nossa ignorância?

Escrito por: Filipe Matheus

Um comentário:

Denis Araujo disse...

Não adianta. Os mesmos erros serão sempre cometidos. A diferença é que o poder parece estar cada vez mais descentralizado. Antes, dois partidos dividiam a maior parcela. Hoje, vemos o crescente poder dos partidos e vemos o decrescente poder dos indivíduos. Depois de Lula, não sei o que esperar dos novos líderes. Sarney pode estar errado, mas há muito mais de onde veio esse erro.