9 de jun. de 2009

O Maior Diplomata do Brasil é o Futebol?

A Copa do Mundo de Futebol está logo alí, na África do Sul, como diria o apresentador e repórter futebolístico Fernando Vanucci. E como é de costume, as seleções disputam as eliminatórias para que sejam classificadas apenas as melhores para o maior torneio mundial do esporte.

A mídia futebolística também parou esta semana para anunciar a contratação do jogador Kaká pelo Real Madrid, em uma transação milionária, como também é de costume por parte dos Merengues. Por outro lado, Luís Felipe Scolari, técnico pentacampeão com a seleção brasileira em 2002, anunciou que trabalhará no Bunyodkor, do Uzbequistão.

Não meus caros leitores. O Silêncio Cotidiano não virou uma agência de notícias esportivas. Contudo, o autor que vos fala resolveu questionar: será que o futebol brasileiro chama mais atenção no mundo do que pensavamos? E mais: será que a diplomacia do futebol é válida?

Reza a lenda que o Santos de Pelé foi capaz de parar uma guerra. A nova tentativa agora é o acordo firmado entre dois dos maiores clubes de futebol do Brasil (e sem dúvidas as duas maiores torcidas do país): Corinthians e Flamengo. Ambos firmaram uma parceria para promover o "Jogo da Paz" na Palestina, em uma tentativa de talvez amenizar os conflitos da região e fazer a população prestar mais atenção ao som da partida ao invés dos ruídos de uma guerra.

Mas será mesmo que a partida será voltada para fins sociais? Os diretores de marketing de ambos os clubes afirmam que sim. Entretanto não é bem isso que se verifica. Para começar, do lado do time carioca está o jogador Adriano, ex-Inter de Milão. O Imperador, como era conhecido em terras italianas, enfrenta um momento tempestuoso em sua carreira, carregada de momentos depressivos e sumiços dos treinos, aliados a sua ainda presente técnica e habilidade; do lado paulista, Ronaldo, eleito três vezes o melhor jogador do mundo e maior artilheiro das copas, enfrenta hoje um momento de afirmação em sua carreira, afinal de contas passa por uma situação pós-cirurgia, somado ao sucesso repentino no clube do Parque São Jorge. O Fenômeno, como é conhecido, ainda é embaixador da Unicef e a todo o momento conversa com seus contatos para promover ações sociais no mundo, auxiliando o Corinthians na valorização internacional de sua marca.

Uma partida nesse nível certamente exige um alto custo, por mais que não se mencione. O estádio será preparado, a cidade protegida, a população avisada. Entidades do mundo todo estarão presentes. O "Jogo da Paz" é, sem dúvidas, o "Jogo do Marketing". Será uma fantástica oportunidade de divulgar a marca de ambos os clubes pelo mundo, de uma forma positiva se o evento for um sucesso, ou de uma forma negativa, se for um grande fiasco.

Mas tenhamos a grande certeza de que a paz na região não será jamais atingida por causa de um jogo de futebol. A iniciativa é, sem sombra de dúvidas, um ato corajoso e que, por 90 minutos, poderá funcionar. O principal placar não será aquele marcado pelos telões do estádio, mas sim nas ruas em volta, na região e na causa palestina, como um todo.


Escrito por: Denis Araujo

5 comentários:

Douglas Funny disse...

Eu não sei o que uma partida de futebol pode mudar, mas chama a atenção.

Não tem como afirmar que não há questões de marketing envolvidas, muito pelo contrário, é evidente que há.

Mas ainda assim é uma tentativa de algo... marketing ou política, por 90 minutos não teremos guerra.


abraço.

Filipe disse...

De fato, a guerra acontece depois do jogo, pois garotos com menos oportunidade ao verem caras milhonarios com a bola no pé, enquanto eles convivem com a violência sem perspectiva de vida logo o fazem desejar e almejar este tipo de vida sendo que mais cedo ou tarde vão perceber que são incapazes de atingir o ideal atingidos por estes "herois" pautando-se então em novos heróis mais proximos os donos da boca que percebendo esta grande oportunidade conseguem mão de obra para o serviço sujo.

Lucas... disse...

Grande China.....

A tempos que não rondo pelos lados do Silêncio cotidiano....
Adorei o post....muito pertinente, com certeza uma bela jogadas de marketing do dois clubesque estão muito pouco preocupados com a situação da palestina, e muito interessados na divulgação de suas marcas........

Cara discordo de você, sentimentos futebolisticos a parte, quado diz que Corinthians e Flamengo são os maiores clubes do Brasil, a meu ver esses clubes, em especial o Flamengo possuem dívidas milionárias e seus cartolas se demonstram verdadeiros piadistas.....Com certeza Inter de POA, Cruzeiro e outro também encabeçam a lista...........

eenfim....parabéns cara mt bom seu post

Lu Guimarães disse...

Se a atitude dos dirigentes dos clubes fossem as citadas, a partida seria louvável. Quem sabe, eles consigam mostrar ao mundo que na Palestina "jaz" seres humanos que precisam de paz. Minha dúvida é: quem vai fazer a segurança dos brasileiros contra os israelenses? Nada melhor que uma oportunidade como essa para mostrar que a "Palestina" não tem jeito... Quanto ao futebol ser o embaixador do Brasil, concordo plenamente... Imaginou sambistas abrindo a partida? Dá pra sugerir? rsrsrsrs

Francimare Araujo disse...

Falar de futebol pra mim não é fácil, e quando envolve questões como essas citadas nem se fala!
Tenho minhas dúvidas em relação a tão "desejada ou indesejada paz" em seus 90 minutos, até porque não tem jeito o país do futebol é o Brasil e esse sim pararia uma guerra para assistir a uma partida. É esperar pra ver. Abraço escritor.