8 de fev. de 2010

O Que Há Entre Irmãos?

O filme ainda nem estreou no cinema mas esta semana tive a oportunidade de assisti-lo. "Entre Irmãos" não é um filme genial, mas chama a atenção para um tema interessante, desde que se permita este tipo de análise.

O enredo é simples: um jovem adulto norte-americano (Tobey Maguire) é convocado para combater no Afeganistão logo no início do século XXI. Ele é o filho exemplar, bom marido e ótimo pai, mas infelizmente terá que deixar tudo para trás. Sua esposa (Natalie Portman) precisa manter-se firme e acreditar que ele voltará logo.

O rapaz mal chega no país da guerra e logo seu helicóptero é abatido. O militar é feito refém, mas nos EUA divulgam-se apenas as notícias sobre sua morte, e agora sua família teria que encarar todo esse drama. Seu irmão (Jake Gyllenhaal) passa a dar as caras mais vezes, após ter ganho condicional da prisão. Como já é de se esperar, seu pai o detesta e o culpa por ter perdido um filho tão exemplar na guerra. E como também já é de se esperar, o ex-presidiário passa a se envolver mais com a família do irmão, criando fortes laços com suas sobrinhas e sua cunhada, com quem passa a viver um breve romance (breve mesmo).

Entretanto, logo o militar é salvo e todos descobrem que este não estava morto. Ao regressar, encontra-se psicológicamente alterado. Frio, sem sentimentos, sente-se um verdadeiro estranho em sua casa e todos os seus familiares (incluindo esposa e filhas) passam a estranhá-lo. Sua "loucura" é extremamente evidente e até nos assusta, mesmo sendo tratada de maneira tão superficial.

O filme é uma decepção para quem o assistiu acreditando que tratará de um triângulo amoroso (o que talvez fosse, de fato, a intenção de seus criadores e produtores). Mas a superficialidade do filme é tanta que passamos a dar atenção a outras coisas. A guerra realmente tem o poder de mexer com a mente e com os nervos de todos, mas certamente atinge de maneira extrema a quem está ou esteve lá, entre a vida e a morte, entre ideais que às vezes nem acredita.

De repente ele é um homem adorável, amoroso, carinho e cheio de si. Ao voltar do combate depois de enfrentar situações terríveis, perde seu eixo, seu equilíbrio. Fica com um olhar sério e aterrorizado, mesmo quando olha para suas filhas ou beija sua esposa. Seu senso sobre a vida muda completamente e este tema é pouco demonstrado no cinema, e é por isso que chamo a atenção para este filme.

Entre Estados, a guerra pode até ser uma forma de resolver os problemas. Mas este não é um jogo de War em que apenas os países e as viórias interessam. E os seres humanos que passam por tanto sofrimento e que deixam suas famílias para trás? Tudo pode ficar para trás. E quase sempre fica.

Escrito por: Denis Araujo

Um comentário:

Douglas Funny disse...

...só comento depois de assistir.