13 de jan. de 2010

2010: Sonhos e Pesadelos de Um Novo Ano

Finalmente o ano de 2010 chegou, trazendo todos os jargões populares de que este ano será mesmo 10! O mais engraçado é que de notas boas não temos praticamente nada, afinal de contas o ano mal começou e o que temos é uma porção de catástrofes, tragédias e outras notícias tristes ocorrendo pelo mundo. Não foi o início que sonhamos.

Neste ano, os olhos do mundo estarão voltados para o continente africano, mais precisamente na África do Sul. A Copa do Mundo de futebol começará em alguns meses, e com ela chegam todas as festas, o marketing, a paixão pelo esporte, os astros e tudo que há de bom para se comemorar. Milhões foram gastos, tudo para realizar um evento de proporções gigantescas, que atrai tantos fãs. Até mesmo quem não gosta de futebol se rende ao brilho do acontecimento.

Entretanto, nem tudo é festa. Como manda o calendário da FIFA (entidade máxima do futebol), meses antes do Mundial ocorre a Copa Africana de Nações. É praticamente uma prévia do que as seleções do continente classificadas apresentarão meses depois na Copa do Mundo. Na realidade, que seja apenas uma prévia futebolistica, porque o que vimos por lá nesta semana foi o terror e o caos de um início inesperado de um evento. Inesperado?

A seleção de Togo enfrentaria Gana em uma das sedes do campeonato. No caso, a partida seria realizada em Cabinda - uma província angolana que luta há algum tempo para obter sua independência. Em uma comparação geográfica, esta região está para Angola como o Chile está para o Brasil, ou seja, é um local que não faz fronteira com o país. E a província foi escolhida justamente para o governo angolano mostrar ao mundo que, apesar da distância e das diferenças, Cabinda faz parte de todo o território de Angola. Mas o que vimos foi uma tentativa frustrada de mascarar uma realidade complicada.

A entidade africana de futebol, juntamente com a organização do evento em Angola, deveria há muito tempo ter riscado a província do mapa do campeonato. Por melhor que fosse a intenção, o sentimento separatista da região é grande, impulsionada pela Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC). Sendo assim, que condições de segurança o território teria para realizar uma festa deste tamanho? O alto preço da hipocrisia e da falta de preparo foi pago pela seleção de Togo, representada pelo astro Emmanuel Adebayor - atacante do Manchester City, da Inglaterra.

O resultado foi um jogador gravemente ferido e alguns funcionários da comissão mortos. E novamente questiono: foi um ataque inesperado? Óbvio que não. A FLEC já havia realizado algumas ameaças, que o governo angolano e o comitê organizador do evento resolveram esquecer para não manchar a festa.

O campeonato segue com as pernas bambas. Com a desistência de Togo, resta às demais seleções que se esforcem e lutem pelo título. Mas este evento jamais será esquecido, ainda mais às vésperas da Copa do Mundo, na África do Sul.

E o que diz o comitê organizador do mundial? Algo bastante verídico: quando ocorreram os atentados em Madrid no ano de 2005, ninguém questionou a segurança da Copa na Alemanha, em 2006. Claro que existem diferenças na proporção dos acontecimentos e do desenvolvimento dos países em questão, mas se o governo sul-africano adotou o evento e prometeu realizar a maior festa de todos os tempos, podemos somente torcer para que seja, de fato, um sucesso, sem preocupações.

Que o atentado em Cabinda torne-se um fato isolado. O mundo precisa começar a enxergar todas estas tragédias iniciais do ano como fatos isolados até porque, se continuarmos assim, logo mais trataremos como isolados os bons acontecimentos.

Certamente este não foi o início que sonhamos. Vamos aguardar para que o decorrer e o término sejam.


Escrito por: Denis Araujo

Um comentário:

Douglas Funny disse...

Foi muita desgraça pra um começo de ano só. Com certeza, um dos piores q vi.

E esse lance de Togo foi foda, falaram um monte e mesmo assim eles marcaram o jogo lá. Grande erro.

Agora é torcer... mas isso sempre ocorre em ano do Tigre. 08 ou 80.


Abraço.