18 de mar. de 2009

O Silêncio Cotidiano está em festa!

Este blog comemora neste mês de março (mais precisamente no passado dia 14) o seu primeiro aniversário. Hoje me deparo com a evolução dos nossos textos opinativos, que sempre prezaram por uma boa estruturação e argumentação, uma vez que opinar sobre política, economia, cultura, história e atualidades (ainda mais sob a óptica internacional muitas vezes) não é uma das tarefas mais fáceis. Mas é, sem dúvidas, uma das mais essenciais.

Este autor que vos fala, contando com o primoroso auxílio de seu colaborador, resolveu pensar de maneira grandiosa. Apoiado pela marca de quase 3 mil visitas desde sua fundação, O Silêncio Cotidiano traz seu olhar sobre um tema que "estranhamente" foi esquecido pelos populares veículos da
mídia em sua maioria. Aproveitem!


Uma Crise Made in China


Parece que a palavra crise nos persegue. Ela está escrita todos os dias nos jornais e revistas desde o ano passado. Falar desta bendita já virou moda, conversa de elevador, das mesas-redondas do mais puro intelecto acadêmico às mais convencionais rodas de bar. Até parece que a crise virou desculpa para tudo: para não comprar presentes, não financiar carros, não adquirir uma casa etc. Até parece que algum país se daria bem com a crise. Muitos, na verdade, tentaram e ainda o fazem, mas apenas um conseguiu. O campeão é chinês.

Contudo não é simplesmente o campeão que é de lá. Equipamentos, peças, jogos, brinquedos e utilidades das mais variadas também são Made in China. E também é chinesa a capacidade de lidar tão bem com essa arrebatadora crise financeira mundial. Será que já estava escrito?

Lembro-me bem quando as primeiras grandes perdas das poderosas potências viraram manchetes em todo o mundo. Lehmann Brothers, General Motors, AIG, etc. Um sem número de demissões (a Nokia, empresa finlandesa de celulares e equipamentos eletrônicos, acaba de anunciar mais algumas) e reduções patrimoniais ocorreram e continuam a ocorrer, mesmo com uma possível atenuação desta crise.

O curioso é que não me lembro de ver alguma notícia sobre multinacionais e corporações chinesas sofrerem baixas. Até mesmo o Brasil está representado no quadro de más situações, marcado pelas demissões da empresa aérea Embraer.

O presidente Lula bem que tentou controlar o ânimo dos investidores. Citando fontes confiáveis, o mandatário brasileiro sempre dizia que o país não seria afetado. O tempo foi passando e a taxa de crescimento econômico do Brasil foi diminuindo ao passo que as grandes economias globais anunciavam a recessão. Esta palavra, que antes nem existia no dicionário brasileiro, encontra-se agora na boca dos mais cautelosos e preocupados economistas.

Os EUA, por sua vez, cansaram de aprovar pacotes econômicos e auxílios bilionários, na tentativa de evitar falências, desemprego e miséria. Pouco mudou neste complicado cenário. E no encontro do presidente Barack Obama com o presidente Lula, o brasileiro acertou em cheio quando disse: "Com só 40 dias de mandato, ele tem um pepino como esse".

A tensão toma conta de governos mundiais e de grandes empresários (claro que alguns estão se saindo bem). E na China será construída a maior Disneyland do mundo e possivelmente a maior agência de notícias de todo o planeta, sendo tratada como a "CNN Chinesa" (esta com um forte investimento de 7 bilhões de dólares).

Mas afinal, qual é o segredo para o crescimento chinês? Na minha visão, trate-se de uma locomotiva que permaneceu sob alta velocidade nos trilhos enferrujados da economia moderna e ainda não encontrou um obstáculo suficientemente forte para ter que frear. Desde a década de 90, a China esteve marcada por apresentar os maiores crescimentos de produção. Mão-de-obra extremamente qualificada, forte mercado consumidor interno e poderosos atrativos de investimentos externos são apenas alguns dos combustíveis de Hu Jintao, presidente chinês, sem contar na grandiosa estratégia de monopólio das importações das economias emergentes.

Convivendo com esta crise, os chineses conseguiram tomar conta de diversos pequenos e médios mercados, encontrando-se no topo da lista dos maiores exportadores e investidores destes locais. Ou seja, ao passo que muitos países fortemente industrializados tiravam o seu corpo fora para não sofrer um poderoso déficit econômico, a China foi comendo pelas beiradas e tomou conta do jogo. Na América do Sul, por exemplo, Brasil e Argentina brigam contra o protecionismo e por novamente estreitarem suas relações bilaterais, porém com uma pulga chinesa atrás da orelha.

Não sei se foi possível concluir alguma coisa, mas o fato é que a forma que a China lida com a crise não é uma lição a se aprender. Porém a maneira que os chineses utilizaram para se tornarem o que são hoje é, sem dúvidas, um valioso aprendizado, exceto por suas atrocidades pelo mundo. Mas este já é um outro assunto.

Escrito por: Denis Araujo


Agradeço aos leitores deste blog. E um agradecimento especial a uma querida amiga que idealizou esta postagem.

6 comentários:

Anônimo disse...

Eu acho que situações como essa são grandes oportunidades para mudanças mundiais.

=D

gostei do seu blog e do seu texto.

aqui me mantenho mais informado de algumas coisas que demandaria muita leitura pra se saber pelos veículos convencionais =D

abs

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

bom, como colaborador deste grande blog, não poderia me abster de comentários, enfim. Só ressaltando sobre a análise que fizera sobre os pacotes economicos, esta que barack obama precisou fazer inúmeras concessões politicas para o congresso então aceita-lo. Também informo-lhes, leitores que tal pacote está, por sua vez, gerando grande inconformidade do povo americano, sobretudo veículos de comunicação, onde apontam que grande parte deste "fundo de investimento" está sendo mal gerido, com construções de pontes no meio do nada, e que por si só não resolve o maior problema, que é a falta de emprego. Então finalizo sua conclusão, caro Denis. Que Deus nos ajude!

Douglas Funny disse...

Eu já desisti de comprar minha bola quadrada por causa da crise.

Realmente essa crise amedrontou todo o planeta, inclusive o Brasil que até se guentou bem. Quanto a China, se mantém firme e forte, e se destaca no cenário atual (apesar do esquecimento na mídia).

Não sou um grande conhecedor do assunto, mas aparentemente a China cresceu de dentro e tá na dela, correndo como um touro no meio das pessoas... tenta parar a criança que eu quero ver.

Parabéns pelo blog aí querido, sucesso.

Abraço.

Anônimo disse...

Adorei o texto, adorei! Exatamente o que eu esperava de alguém tão FODA como vc! =D

Saudades, fiquei emocionada com a dedicatória final!

Andrea disse...

Adorei o texto, interessante a sua abordagem :]

Mais um dos seus dons hein? Hahahaha ;]

Beijão!